sexta-feira, 11 de junho de 2010

Um capote, um aniversário e um “eu amo vocês”...


Pedi ao meu irmão que desse uma olhada nos meus posts e o comentário alentador foi: “capa de garrafão é muito cafona...”. Hehehehehe Claro que é cafona, baby! Não pela capa em si. Acho que o garrafão de água, em tempos de sustentabilidade e preocupação sobre o custo (e o futuro) da água é extremamente cafona.

Mas antes que eu enverede discursando sobre este tema (que está absolutamente imbricado com o tema da minha dissertação de mestrado...) preciso atualizá-los sobre o andamento da série “capas cafonas para garrafões de água”. Já tinha postado sobre a minha capa, com as flores de cerejeira, e mencionado os girassóis da Jô, que concluí o bordado, faltando apenas a costura. Comecei a bordar o “fundo do mar” para a minha irmã, que tem um aquário marinho lindíssimo (olha a responsabilidade....), vejam as fotos acima. Mas o que tem me intrigado mesmo é a tal galinha d´Angola, ou capote, como chamamos aqui no Ceará.

Pesquisei várias imagens no google enquanto inquiria a minha amiga Nathália sobre seu gosto por um pássaro tão diferente. Sim, nós eventualmente comemos capote e sabemos que sua carne é um tanto “reimosa” (vou ter que criar depois um glossário de termos nordestinos...), tem uma consistência mais dura e mais escura que a carne de galinha comum.

Realmente, é um bicho intrigante. Não está, segundo Nathália, disposto a morrer com uma breve torção de pescoço, como os frangos, que são molengas e mais esperneiam e fazem barulho que correm. É tão ágil que precisa ser abatido a tiros, como uma caça mais nobre. Para completar, tem origem africana e seu comportamento é arisco, vive em bandos organizados e podem servir como guardas, pondo-se a alertar sobre a presença de estranhos. O comportamento selvagem faz com que estas aves escondam seus ninhos ou não choquem os ovos, levando quem as cria a colocar os ovos para serem chocados por galinhas (muito mais prestativas e dóceis, pelo visto...). Por fim, a plumagem de petit pois brancos sobre um fundo chumbo, quase preto, é um clássico, digno de Chanel, e nunca sai de moda.

Findo este momento “wikipedia”, os bichos escolhidos pela a minha amiga fazem minha flor de cerejeira padecer no ostracismo da obviedade... Só uma pessoa com um pensamento nada medíocre poderia escolher um bicho assim, fiquei refletindo.

Ontem, comemorando o aniversário dela, o assunto do capote veio à tona e causou surpresa nas demais. “É aquele pássaro que canta “tô fraco, tô fraco, tô fraco”?”, quis saber uma. “Eu nunca comi capote”, ressentiu-se a outra. Explicações dadas, rimos muito enquanto saboreávamos a sobremesa regada a uma resolução que só a balzaquice proporciona: como um bando de galinhas d´angola, reforçamos nossos laços de amizade com uma declaração de amor inesperada e a decisão de continuarmos a resistir e não sermos abatidas como frangos resmungões. Somos duras, reimosas e selvagens e o tal do “tô fraco” a gente só canta durante as TPMs...

Ah, antes que me perguntem, a capa de garrafão dos capotes só vou entregar no dia do amigo.

3 comentários:

Gislene Ellery disse...

Como já amo vc, não seria diferente em relaçao ao seu blog! to adorando!
O nosso almoço de ontem foi leve, delicioso e emocionante, como nós! ;-)

Beijos!

Rita Vania disse...

Simones, seus textos são divertidos e interessantes. Nesse especialmente, eu gostaria de dizer que eu sou um das amadas. bjs e saudades

Eri disse...

Simone, tudo poderia ter se resolvido logo se tivessem dito o "tô fraco, tô fraco, tô fraco". Acho então que todas nós mulheres somos assim bem valentes, difíceis de serem abatidas, à exceção da TMP. Diz que há cerca de 10 anos quando cheguei aqui na Maraponga, tinha uma família de capotes me animando o dia! Só nao peguei um porque nem baladeira tinha. Beijos


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