Eu me questiono muito sobre o tempo. Quando viajo para a
cidade onde nasci, os dias passam devagar e minha mente acelerada duvida do
passar das horas: “Ainda são 9h? Se eu estivesse em Fortaleza já seriam umas
14h!!”.
Por que isso acontece? O ritmo da cidade pequena pulsa em
outra freqüência. As pessoas inspiram e expiram seus segundos com moderação,
não com sofreguidão, como eu costumo fazer com meus minutos fugidios.
Foi esse incômodo que um dia me impeliu à leitura deste
volume amarelo e perturbador. Eu queria entender em que momento passamos a
perder, desperdiçar tempo, ao invés de ganhá-lo, com todas as facilidades do
mundo moderno.
O que eu li libertou-me de diversas maneiras e impulsou-me a
buscar novas formas de viver a rotina. Saber que existem muito mais pessoas
preocupadas com as urgências desmedidas da modernidade foi um bálsamo. O
movimento é consciente, pensado, estudado e praticado ao redor do mundo por
pessoas que, como eu, compraram a “lebre” da vida atual e receberam o “gato” da
ansiedade, do estresse, do sucesso a qualquer preço, da ausência de valores familiares,
da superficialidade das relações, da despersonalização.
“Carl Honoré mostra que a cultura da velocidade teve início
durante a Revolução Industrial, foi impulsionada pela urbanização e cresceu
desenfreadamente com os avanços da tecnologia no século XX. Com o mundo em
plena atividade, o culto à velocidade nos impeliu ao colapso. Vivendo no limite
da exaustão, estamos sendo constantemente lembrados por nossos corpos e mentes
que o ritmo da vida está girando fora de controle. Este livro traça a história
de nossa intensa relação de pressa com o tempo, e atrela as conseqüências e
charadas de viver nesta cultura acelerada, criação nossa. Por que estamos
sempre com pressa? Qual a cura para a falta de tempo? É possível, ou até mesmo
desejável, desacelerar? Percebendo o preço que pagamos pela velocidade
implacável, as pessoas em todo o mundo estão reivindicando o tempo delas e
desacelerando o passo - vivendo mais felizes e, conseqüentemente, de forma mais
produtiva e saudável. Uma revolução 'Devagar' está acontecendo”. (texto de
divulgação)
E o quê a gente tem a ver com isso? Parto do pressuposto de
que se você me lê ou chegou desavisadamente neste blog hoje é por que você, de
alguma forma, curte o mundo craft, correto? Sendo assim, de alguma forma você
entende que há muito valor em um artefato produzido vagarosamente, com esmero,
usando técnicas que passaram de geração a geração e, agora, se disseminam pela
blogosfera a uma velocidade espantosa.
Saiba que cada vez mais pessoas buscam o poder terapêutico e
curativo das atividades manuais para desacelerar, valorização e
sentido para suas existências ou, simplesmente, para “desplugar” um pouco.
A leitura desse livro pode ajudar você a refletir sobre
quais os outros aspectos da sua vida que podem ser vividos de uma maneira
diferente e, por assim dizer, mais craft. Anote aí minha recomendação: super-hiper-mega-high-power-uber-blaster-recomendadíssimo.
3 comentários:
Trazes sempre sugestões tão interessantes que fico na vontade de correr para comprar os livros e devorá-los em 3 tempos!! :D Lá se vai o devagar... =) hahahhahha
Meu marido leu e gostou. O tempo anda sendo problema sério pra mim...devagar, divagar...nunca mais consegui.
Nossa, me lembrei dos livros que lia na faculdade sobre a revolução industrial, o processo de fabricação em série, experiência de Hawthorne, etc.
Eu sou sempre devagar quase parando. Até pra compreender uma piadinha.
:D
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