Há alguns dias, meu filho mais velho perdeu seu primeiro
dente de leite. Esta situação é banal e corriqueira para quem é pai e mãe. Para
mim, uma canceriana empedernida, foi devastador. Chorei um rio.
Explico-me: toda mãe tem seus ritos de passagem com relação
ao crescimento dos filhos. Algumas choram na retirada da mama, outras da
mamadeira, outras quando os filhos largam a chupeta, outras ainda no primeiro
dia de escola... Eu chorei quando o Gui perdeu seu primeiro dentinho.
Ali, ficou claro para mim o fim da primeira infância dele.
Tudo, dali por diante, é permanente, inclusive os dentes com os quais ele
viverá até o fim da vida. Foi a constatação da fugacidade (e da fragilidade)
daquele breve período que me emocionou...
Hoje, sem eu esperar, o Linhas Matizadas perdeu seu
primeiro dentinho de leite.
Explico-me de novo: quando criei o blog, ingenuamente
acreditei que o simples ato da criação já faria com que os robôs de pesquisa de sites como o Google, por exemplo, o encontrassem. Ledo engano! Eu ainda não sabia que no
mundo virtual, tal qual no mundo real, a gente só existe pelo olhar do Outro!
Em outras palavras, era preciso uma quantidade (que não sei precisar) de
acessos para que o blog pudesse ser “enxergado” e passasse a ser localizado
quando as palavras fossem digitadas no campo de busca.
Vou confessar: isso me deprimia... Cada vez que eu digitava
“linhas matizadas” e vinha tudo menos o link para o blog, meu narcisismo levava
um soco no estômago.
A Gis, sabedora da minha aflição narcísica, foi realizar
uma busca eventual e, pasmem!, finalmente os robôs acordaram! Para mim, foi
como se o blog perdesse uma certa característica de impermanência, de vir a
ser, tivesse saído da sua primeira infância. Ele agora existe pro mundo!
Óbvio que, tal qual os passos de cada um dos meus filhos
nesses breves primeiros anos, cada acontecimento do blog ficou registrado na
minha memória: os primeiros comentários, a primeira vez que pessoas de outros
países acessaram os posts, os fracassos ocasionais e os acertos...
Antes que este post afunde ainda mais na pieguice, quero
agradecer a todos por compartilharem comigo esta aventura, pelos comentários
carinhosos e animadores e pelas visitas anônimas que fizeram da estatística a
minha ciência preferida nos últimos meses. ;-)
5 comentários:
Mony, comigo aconteceu exatamente assim...chorei um rio no primeiro dente de leite perdido dos meninos, fotografei, colecionei (tenho quase duas dentaduras completas de recordação...rsrsrsr). Não é à toa que tenho ascendente também em câncer, uma descoberta que fiz patrocinada por vc, lembra?
Adoro seus posts, que não têm nada de piegas!!! Me identifico muito com eles, e de quebra ainda me divirto pra caramba!
OI Simone...
Eu fiz meu blog sem grandes pretensões,e aos poucos ele foi ganhando visitas,trouxe amigas,seguidoras fiéis que não param de crescer.... e assim foi,posso te dizer que o que meu blog é hoje eu nunca esperaria!!!!
E assim a vida vai seguindo....
Sobre o dentinho...rsrsrs...mãe é tudo igual(as boas mães)só mudam de endereço mesmo...
:)
Minha amiga canceriana!!! Te amo para sempre
Simone,
Mãe chora por tudo mesmo,pelo dente de leite,a primeira vez na escola,chora sem saber o motivo às vezes só de olhar para ele a gente se emociona.
Quanto ao blog,bem vinda ao mundo virtual.É assim mesmo,a gente tem 2 estréias,uma quando põe o blog no ar pela primeira vez esperando que todos leiam e outra quando ele começa a fazer parte dos mecanismos de busca.Parabéns pelo sucesso.
Beijão bordado em matiz.
Quando o blog é realmente interessante acontece como aquela frase de "Frederico Evandro" acessá-lo deixa de ser questão de "coragem" e passa a ser questão de "constume". Beijos e sucesso com a nova dentição do Gui. Eu, da minha parte, ainda estou na torcida para um certo Daniel completar sua primeira dentição (faltam 12!).
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