quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Bookmarks, Scrapbooking e uma “boquiabertice”




Há alguns anos eu botei na cabeça que queria aprender scrapbooking. Comprei várias revistas, achei que a arte tinha tudo a ver comigo. Fiz até uma oficina, na qual obtive relativo sucesso. E só.

Sabe essas coisas que não prosperam a despeito de sua vontade? Pois é... Minhas revistas, coitadinhas, não foram mais folheadas, jazem ao lado daquelas que entram e saem do revisteiro a cada novo projeto...

Aí, no trabalho, um grupo inquieto começou a fazer aulas craft ao final do expediente, cada um compartilhando com os demais suas habilidades e conhecimentos. Com isso, fiquei sabendo que a Cailiny fazia scrapbooking. E muito talentosamente.




Figurinhas trocadas, resolvi encomendar um bookmark para enviar à minha querida amiga Valérie, que mora na França e os coleciona, assim como eu. A “boquiabertice” do título desse post ocorreu quando a Cailiny me procurou para entregar os dois modelos que havia desenvolvido.

“Nossa Mãe de Deus! Que coisa linda!”, quedei boquiaberta.

Nunca, nem em um milhão de anos, eu conseguiria capturar tão bem a essência de alguém ou de um pedido, e transformar isso de maneira tão delicada, tão vibrante, tão acertada.

O primeiro, de borboletas, tem uma delicadeza angelical, primaveril, espero que encante a Valérie como me encantou. 




O segundo, bem vintage, me lembrou imediatamente de outra amiga; adoraria ver o provável sorriso que será esboçado quando o receber. Quem é? Segredinho, por enquanto. Que ela aguarde cartas e que aprecie a arte da Cailiny tanto quanto eu apreciei.




Cailiny, nem sei como agradecer de fato, você é uma artista! Obrigada! 




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Linhas Escritas # Mães e Filhos




Nem me lembro mais onde vi a sugestão do livro Mães e Filhos, do autor irlandês Colm Tóibin. Apenas recordo que me chamou atenção o autor, por meio de contos, tratar desta relação, nem sempre fácil.

Terminei de lê-lo recentemente. Minha recomendação, dessa vez, é de um entusiasmo preocupado. Explico. O livro é um soco no estômago. Os contos são duros, desapaixonados, não têm açúcar, avental sujo de ovo, nem amor.

Nada do amor materno dos comerciais de margarina e leite em pó. Só a realidade seca das relações, dos seus descaminhos, do que às vezes escondemos debaixo do tapete por não combinar com o tal amor “incondicional” esperado haver entre mães e filhos.

O que dizer sobre a relação entre a mãe e o filho padre acusado de abuso sexual? O que vive o filho da mãe alcoólatra? E mãe que abandona o filho para seguir sua carreira musical?

Texto da divulgação: “As histórias de Tóibín indicam que a relação entre mães e filhos é feita não apenas de compreensão, mas também de equívocos - algumas vezes insanáveis. Diferenças de geração, conflitos religiosos, sexualidade libertária e contrastes culturais são os temas dessas narrativas, algumas das quais foram publicadas originalmente em coletâneas, jornais e periódicos como The Guardian, London Review of Books e The Faber Book of Best New Irish Short Stories.”

A mim, mãe aspirante ao tal “amor incondicional”, doeu e incomodou. Mas eu não sucumbi à desesperança do livro. Ou talvez a desesperança seja minha, nossa. Num mundo em que os filhos tornaram-se o centro de nossas existências (não, nem sempre foi assim), a literatura exerceu, com maestria, seu papel: nos desalojar do conforto de nós mesmos.

Assim, anote aí minha avaliação sobre a leitura desse volume ligeiro: instigante.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Quilts São Eternos

Quem adora uma câmera???


Quem me acompanha há algum tempo sabe que tenho um projeto em andamento, meu quilt de hexágonos. Não consigo nem precisar o mês em que essa paixonite aguda começou, mas penso que o primeiro post foi esse aqui.

Essa colcha vem merecendo minha atenção por que possui um detalhe distintivo: os hexágonos são pequeninos e totalmente costurados à mão. Comecei sem pretensão, mas fui me apaixonando, me envolvendo, me rendendo ao seu colorido, à sua bagunça de tecidos, à sua total ausência de padrão.

Ele me proporcionou receber a generosidade na forma de tecidos enviados pelas amigas de longe: Isa, Aninha e Nia; a dedicação de minutos do descanso roubados da minha ajudante-irmã: Ariane; e até a Norma, uma amiga do trabalho, tem me ajudado recortando novos hexies de papelão para colaborar com o projeto.

Porém, dia desses, como é comum em qualquer relação, fiquei sufocada. O motivo? Uma foto postada no facebook de um vestido deslumbrante, totalmente confeccionado com hexágonos, do estilista Jasper Conran.

*U*

Num comentário, minha angústia extravasada: “Desisto da colcha?” (É que, às vezes, a gente acha que não vai conseguir, não se vislumbra o fim...).

Graças a Deus, anjos escutam nossos interditos e, na hora, voaram dois em minha direção: a Andréa e a Cecília. Anjos – Ídolas – Irmãs Crafters – Blogueiras.

“Quilts são eternos”, sussurraram elas com encantos celestiais. Pronto: fui sugada de volta do umbral da dúvida e devolvida à razão.

É isso mesmo, garotas. Dure o tempo que durar, pois os quilts são para sempre.


domingo, 7 de outubro de 2012

Das pequenas alegrias cotidianas

As paixões devem estar sempre à mão.

Quando eu era mais jovem, ambicionava. Dei muita cabeçada e de vez em quando ainda dou... Porém, a maturidade tem me trazido o gosto pelas coisas simples.

Não que eu não consiga apreciar o valor de certos luxos. Acho que são experiências válidas, interessantes. Apenas sei que ter mais e mais não é o que me fará mais feliz.

Felicidades são pequenos vagalumes fugidios, lampejos na rotina, pequenas pérolas incrustadas na dureza do cotidiano. É preciso ter todos os sentidos abertos para percebê-los, esses pequenos vagalumes.


Delicadezas.

Ok, isso está soando meio Amélie Poulain, mas que mal há nisso? Vivemos imersos numa cultura que hiper-valoriza o consumo e, desde muito cedo, aprendemos - de todas as formas - que precisamos de coisas para sermos. Felizes. Desejados. Interessantes. Vitoriosos.

"Te amo, espanhola..."

Assim, caso você ainda não tenha percebido que a felicidade não existe e a persiga 24 horas por dia, sentindo-se pouco mais que uma ameba por não atingi-la enquanto todos os seus conhecidos parecem que já conseguiram tal façanha, faça uma pausa estratégica.


Uma rede habitada na varanda...

Apenas pare. Respire. Inspire. O mundo continuará girando apesar de você. Tente relaxar. O que é realmente importante para você? A ideia é viajar leve. É impressionante notar que podemos viver sem tanta bagagem. Quem você quer ter por perto? Por quê?

Para ilustrar esse post, fotos de vislumbres que enchem minha casa de cor, luz e alegria. Esses pequenos vagalumes. 



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