quinta-feira, 30 de junho de 2011

Linhas Escritas # Trilogia Millenium



Vocês já leram alguma coisa escrita por um autor sueco? A Suécia parecia tão distante do Brasil como o Brasil deve parecer distante aos suecos... lol Eu, por meu turno, não imaginava um dia ler um thriller de suspense como o que me arrebatou há uns dois anos, quando conheci a Trilogia Millenium.

 

No avião, li uma resenha sobre o autor Stieg Larsson, jornalista sueco morto em 2004, depois de sofrer um ataque cardíaco, meses após concluir o último livro da Trilogia Millenium. A série de livros, publicada postumamente, já vendeu mais de 20 milhões de cópias em mais de 40 países e foi filmada (o filme sueco inspirado no primeiro romance é muito bom).

 

Publicados em inglês sob os títulos de "The Girl With The Dragon Tattoo", "The Girl Who Played With Fire" e "The Girl Who Kicked the Hornets' Nest", no Brasil recebeu como títulos “Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”, “A Menina Que Brincava Com Fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar”. Adivinhem?! A sugestão foi direto pro meu Moleskine.



O Livro 1 não pôde ser fotografado: está em São Paulo, passando uma temporada... lol

Pois bem, os livros não são para os fracos de estômago, melindrosos ou nervosos. Se sua literatura resume-se a dramas românticos, por favor, passe ao largo.

 

Stieg Larsson deve ter usado toda a crueza da realidade observada em sua consistente carreira como jornalista investigativo para escrever a série. Os livros são um libelo, às vezes macabro, da nossa sociedade.

 

A violência dos acontecimentos a maioria de nós não consegue sequer imaginar, o que não quer dizer que não exista ou que não faça sucumbir milhares de pessoas, principalmente mulheres, todos os anos. Ao mesmo tempo, escrito num ritmo veloz, fluido, faz com que você crie – imediatamente – as cenas lidas na cabeça, como se estivesse assistindo a um filme.



Eu não saberia dizer o meu preferido, mas tenho uma quedinha pelo primeiro.

Vocês sabem como eu adoro séries, o quanto esperar pelo próximo volume me deixa ansiosa... lol Neste caso, entretanto, vou recomendá-lo com reservas não por que não sejam excelentes – o são! – mas, por que, como tudo na vida, a intensidade da escrita de um autor vai de acordo com o gosto de cada um.

 

A mim, apetece a escrita vigorosa, os desfechos inesperados, a descrição detalhada de cenas de crime, a ausência de adjetivos e subterfúgios estilísticos. Para você, de outro lado, tudo isso pode ser “too much”.

 

Se você, como eu, gosta de emoções fortes: super-hiper-mega-high-power-blaster-recomendadíssimo!




domingo, 26 de junho de 2011

Um presente personalizado para o primeiro aniversário do Dudu


Visão geral da toalha do Dudu


Vocês sabem, eu adoro pontos livres! São tão versáteis, dá pra fazer tanta coisa... Acho que o primeiro contato que tive com o mundo craft envolveu estes tipos de pontos. Ainda criança, aprendendo a bordar no Patronato – instituição antiqüíssima da minha cidade natal – não podia imaginar o que o futuro reservar-me-ia... lol

 

Mas penso que deve ser por isso que sinto certa nostalgia quando uso esses pontos. Saudade da infância, das descobertas, do vir-a-ser...


Um barco simpático em ponto atrás, atrás duplo (boia), coral (água) e corrente (amarelo).

Quando recebi o convite pro aniversário do Dudu, meu sobrinho mais novinho, fiquei com vontade de fazer algo personalizado. É meio uma neurose minha, essa coisa de tentar presentear o máximo possível com coisas handmade... lol

 

Pensei, pensei e decidi que tinha que ser algo que pudesse ser executado rapidamente, ter utilidade e que ele pudesse gostar. Ai, meu Deus! Que difícil!


No aviãozinho, todo em ponto atrás, o detalhe da estrela em ponto matiz.

Para atender ao primeiro requisito: pontos livres! Escolhi desenhos bem infantis de meios de transporte, que foram o tema do enxoval dele. Para atender ao segundo requisito, como ele está ficando grandinho e, logo, logo deixará de usar as deliciosas toalhas fraldas, optei por uma toalha de banho verde-água, daquelas com barra para pintura.

 

Quanto ao terceiro requisito, bem... Esse era mesmo mais difícil de mensurar, né? Fiquei torcendo para que ele viesse a gostar e, junto da toalha, coloquei coisinhas de banho bem cheirosas, próprias para bebês.


O ponto matiz é ótimo para preencher superfícies irregulares.

Presentinho feito e embalado, pude apreciar o pequeno correndo entre os brinquedos de sua festa, com aquele desequilíbrio de quem recém aprendeu a andar e para quem o medo é ainda uma palavra que não faz o menor sentido...

 

Fui transportada, num átimo, de volta ao tempo em que eu também era criança e achava divertidíssimo puxar os fios de uma grande trança feita com muitas cores de linhas e presa na parede do curso de bordado. Não havia números, a gente escolhia no olho a cor que mais gostasse.


Ponto caseado nas rodas, corrente e atrás na locomotiva e o farol em ponto matiz. 

Não havia quase presente, só um futuro gigantesco e cheio de possibilidades à frente. É... Que saudade de ser criança...



domingo, 19 de junho de 2011

A decisão de ter uma família e um bordado especial


Você nunca, nunca, nunca mesmo deve usar carbono amarelo sobre tecido bege!!


Alguém comentou comigo que, após o nascimento dos filhos, tudo se volta para as crianças, para o seu bem-estar, o casal acaba ficando em segundo plano.

 

Na hora, fui obrigada a discordar por que, de fato, quando temos filhos a vida muda, mas não por causa destes e, sim, por que, a partir de então, estabelece-se um novo projeto: a família.


Não vou exigir que você leia, mas nessa folhinha está escrito "Guilherme".

A diferença parece tênue, mas é fundamental: ter família é ter um projeto de longo prazo que requer planejamento e acompanhamento constantes. A gente não vive em função de filhos, mas, sim, em função da manutenção do “projeto família”.


E nessa outra, "Rafael"...

Eu e meu marido decidimos, há sete anos, que nosso projeto de vida contemplava a existência de uma família com filhos e sem pets. Depois da chegada do Guilherme, cheguei a pensar que era o bastante ser mãe de um. 


Não é lindo esse formato de coração no centro?

Com o passar do tempo, no entanto, ficamos pensando em como é bom ter irmãos como amigos e decidimos que seria um tremendo egoísmo da nossa parte privar o Gui da experiência de ter um irmão ou irmã. Chegou o Rafael, já se vão quase quatro anos...


Estou usando o ponto atrás para fazer os círculos.

Aí, no mês que antecede os aniversários dos meninos, me bateu uma vontade danada de representar, do meu jeito craft, o nosso projeto. Não querendo mesmo inventar a pólvora, optei por bordar a nossa árvore genealógica para a Memorabilia.

 

Inspirada pelo design do pessoal da Cozy Blue, tentei reproduzir o tronco da árvore com nossos nomes no centro e os pequenos galhos que vão surgindo trazendo o nome dos meninos nas folhinhas.


Agora, com outros círculos já bordados.

Gosto de pensar na idéia de que relacionamentos longos são como árvores... Não é bonito ver como os anos que passamos juntos podem tornar a planta mais forte e vigorosa? A idéia de representar a família como uma árvore não é muito original, mas esse design me pareceu tão incrivelmente inovador!



Gostaram? Os gráficos podem ajudá-lo a criar a sua própria árvore e estão à venda no Etsy.



sábado, 11 de junho de 2011

De onde vem a inspiração?


Olha o laranja aí, gente!!!!!

 

Essa pergunta sempre me intrigou... Na literatura, uma corrente de escritores afirma que a inspiração jorra como um fluxo nem sempre contínuo. O escritor seria apenas o meio de expressão de algo transcendente, superior.

 

Outra corrente defende que escrever é suar, que é preciso ter constância, persistência e trabalhar muito para alcançar bons resultados. Não é “magia”, é “tecnologia” - para usar um trocadilho de uma campanha de marketing antiga... lol

 

Para mim, funciona assim: a idéia de algo a ser realizado vai chegando devagarzinho, bem sorrateira, se insinuando na minha cabeça... Fico pensando, pensando e depois começo a rabiscar no meu caderninho.

 

Essa é a etapa do planejamento, na qual viajo em técnicas de execução possíveis e nem tanto.


O tecido está sobre a almofada do sofá do escritório, para dar uma noção do seu tamanho.


Planejamento feito, mãos à obra. Durante a execução, como em tudo na vida, às vezes o planejamento não dá conta das dificuldades. Hora de adaptar, de ter resiliência e, talvez, de desistir e replanejar.

 

Acho que a inspiração para mim, então, é um misto: ela chega quando quer, mas dependo de trabalho para fazê-la acontecer.


Foi assim novamente com a idéia aproveitada um bordadinho antigo que se transformou em algo novo.


Eis a toalha de banho que serviu de inspiração. Do tempo em que eu ainda tinha toalhas coloridas...

 

Detalhe do bordado em ponto reto.

Vejam como as novas cores se somaram às preexistentes. Não tá ficando mesmo psicodélico?


Mais uma visão geral.

 

Existem momentos em que opto por não pensar muito no trabalho que estou realizando para dar mais espaço à minha “memória ram” para processar outras coisas. Se eu fosse contar pontinhos no momento atual certamente erraria feio... “Disco cheio – libere mais espaço!” diria a “mensagem de erro” do meu cérebro. lol

 

Assim, o ponto reto é uma mão na roda para quando a minha cabeça está cheia. Nem sempre é dia de assistir dramas, filmes de época ou documentários. Tem dia que a única coisa que precisamos é uma boa comédia romântica e pipocas.


Um super final de semana a todos!


 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Almofada Vintage, usando o velho e bom Ponto Reto


Será que todas as cores vão caber na almofada?


Olá pessoas!

 

Eu ando muito distante dos meus bordados nestes dias... Estou na reta final do meu mestrado e o tempo tem sido um velho e conhecido algoz.

 

Quando estou assim, apenas me respeito, respeito os limites da minha paciência. Nesses períodos, quando estou muito cansada, opto por jogar no computador, ver filmes ou ouvir música.

 

Eu sei que uma hora, mais cedo ou mais tarde, a minha personalidade craft acorda da hibernação e novos (e antigos) projetos voltam a ocupar meu tempo livre.


Comecei com verde e marrom, a base para as demais cores. Não quero repetir nenhuma...

Pois bem. Nesse meio tempo, resolvemos reformar o sofá da sala e as almofadas antigas pareceram-me tão feinhas... Passei a vasculhar os blogs, Flickr e a Etsy em busca de idéias. Folheei todas as minhas revistas em busca de inspiração e... nada!

 

Aí, ocorreu-me bordar algo com o velho e rápido ponto reto. Esse ponto tem tantas possibilidades... Eu realmente o adoro. Talvez ele seja o ponto mais democrático de todos: rápido, fácil, subestimado por muitos, pode surpreender. Usado sem sobriedade, pode criar peças com uma carinha vintage, exatamente o que eu procurava.


Viram como é fácil?

A ironia? Encontrei a inspiração onde menos esperava! A fonte foi um conjunto de toalhas que bordei há priscas eras! 


Recortei um retângulo de 50 x 25cm. Optei pelo cânhamo grosso, em tom de bege, quase o mesmo do sofá. Neste caso, especificamente, não fiz estudo de cores. Pretendo usar todas as cores de linhas que tenho, para deixar a almofada bem anos 70. O contraste das cores no fundo neutro do sofá vai ser interessante.

 

O que acham? Espero postar a almofada pronta em breve.



quinta-feira, 2 de junho de 2011

Wednesday Hex-Along



Olá! 


Fomos passar a semana santa na casa dos meus pais, na pequena cidade onde nasci. Infelizmente, hoje em dia, a cidade perdeu sua tranqüilidade e bucolismo, todo fim de semana ocorre um assassinato e a venda de crack e outras drogas tornaram o lugar muito perigoso...


Mas os dois dias que passamos juntos tranqüilizaram-me um pouco quanto ao tratamento do meu pai, que sofre do Mal de Parkinson. Eu o encontrei muito melhor e bem mais disposto, contando suas histórias, brincando com os netos e comemorando com os amigos.



Minha mãe, reagindo à boa fase, estava animada e pudemos aproveitar os dias como há muito não acontecia.


Comemoramos, antecipadamente, o aniversário do meu irmão que mora em São Paulo. Fizemos uma festa “surpresa” com direito e balões e bolo, com muitos amigos dos meus pais.


As aspas na palavra “surpresa” são por que os meninos passaram o dia dando “indiretas” pro aniversariante sobre a “surpresa”:


      - Titio, não vai pra lá não que a gente ta arrumando os balões!

- Que balões?! (atuação digna, pelo menos, de um Kikito...)

- Nada, nada... Só não vai ver o bolo, tá? (LOL)


Foi uma ocasião para que meus pais pudessem reunir pessoas queridas, jogar conversa fora e aproveitar um raro momento de relaxamento e descontração já que a cidade não oferece quase nenhuma opção de lazer...


Eu também passei alguns breves momentos costurando hexies enquanto conversávamos na calçada, esperávamos o jantar ficar pronto ou não estávamos decorando a festa. Não consigo imaginar mesmo um feriado sem que a companhia de algum trabalho manual... lol



Cada novo hexágono costurado ao tecido o modificou um pouco, tornando-o mais colorido, mais rico e maior. Do mesmo jeito, esses dias na casa dos meus pais, vendo-os bem, se divertindo, as crianças brincando com o tio, foram pequenos retalhos de felicidade que enriqueceram o feriado e tornaram a minha vida um pouquinho mais colorida.


Talvez felicidade seja mesmo pitadinhas de cor na vida da gente...




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