Talvez a primeira referência ao Brasil, quando pensada por
uma cabeça estrangeira, seja a Amazônia. Para os brasileiros talvez sejam
outras.
Para mim, a Amazônia saiu dos livros de Geografia e se
materializou quando minha irmã casou-se com um amazonense e mudou-se para
Manaus, onde morou por alguns anos. Visitei esta incrível cidade pela primeira
vez em 2002 e a visão, os cheiros e os sabores da floresta foram tão
impactantes que voltei outras vezes e continuei a respirar a Amazônia por meio
da literatura.
E foi então que conheci Milton Hatoum.
Já resenhamos neste espaço o primeiro livro que li deste autor, Dois Irmãos, a obra que eu adoraria ter escrito. Hoje, falaremos sobre o
terceiro romance de Hatoum, igualmente intenso, igualmente brilhante, também
vencedor do Prêmio Jabuti (2005).
Texto de Divulgação:
“Cinzas
do Norte, terceiro
romance de Milton Hatoum, é o relato de uma longa revolta e do esforço de
compreendê-la. Na Manaus dos anos 1950 e 1960, dois meninos travam uma amizade
que atravessará toda a vida. De um lado, Olavo, de apelido Lavo, o narrador,
menino órfão, criado por dois tios mal-e-mal remediados, que cresce à sombra da
família Mattoso; de outro, Raimundo Mattoso, ou Mundo, filho de Alícia, mãe
jovem e mercurial, e do aristocrático Trajano.
No centro das ambições de Trajano está a Vila Amazônia, palacete junto a Parintins, sede de uma plantação de juta e pesadelo máximo de Mundo. A fim de realizar suas inclinações artísticas, ou quem sabe para investigar suas angústias mais profundas, o jovem engalfinha-se numa luta contra o pai, a província, a moral dominante e, para culminar, os militares que tomam o poder em 1964 e dão início à vertiginosa destruição de Manaus. Nessa luta que se transforma em fuga rebelde, o rapaz amplia o universo romanesco, que alcança a Berlim e a Londres irrequietas da década de 1970, de onde manda sinais de vida para o amigo Lavo, agora advogado, mas ainda preso à cidade natal.
Outros fios completam o tecido ficcional de Cinzas do Norte: uma carta que o tio Ranulfo envia a Mundo, uma outra que este deixa como legado para o amigo de infância. São versões e revelações que se cruzam ou desencontram, sem jamais chegar a esgotar o enigma de uma vida singular ou a diminuir a dor da derrota final, às mãos da doença, da solidão e da violência. Neste livro, Hatoum escreve uma "história moral" de sua geração.”
No centro das ambições de Trajano está a Vila Amazônia, palacete junto a Parintins, sede de uma plantação de juta e pesadelo máximo de Mundo. A fim de realizar suas inclinações artísticas, ou quem sabe para investigar suas angústias mais profundas, o jovem engalfinha-se numa luta contra o pai, a província, a moral dominante e, para culminar, os militares que tomam o poder em 1964 e dão início à vertiginosa destruição de Manaus. Nessa luta que se transforma em fuga rebelde, o rapaz amplia o universo romanesco, que alcança a Berlim e a Londres irrequietas da década de 1970, de onde manda sinais de vida para o amigo Lavo, agora advogado, mas ainda preso à cidade natal.
Outros fios completam o tecido ficcional de Cinzas do Norte: uma carta que o tio Ranulfo envia a Mundo, uma outra que este deixa como legado para o amigo de infância. São versões e revelações que se cruzam ou desencontram, sem jamais chegar a esgotar o enigma de uma vida singular ou a diminuir a dor da derrota final, às mãos da doença, da solidão e da violência. Neste livro, Hatoum escreve uma "história moral" de sua geração.”
Caso você possa,
recomendo que visite a floresta, deixe seus pés tocarem o seu solo pelo menos
uma vez durante a vida. É impactante e transformador. Caso não possa viajar, a
obra toda de Milton Hatoum é admirável e valerá muito a pena conhecer a
Amazônia através de seus romances.
Anote aí minha recomendação: IMPERDÍVEL!
Um comentário:
Amazónia é realmente magnifica..pela sua biodiversidade e pela sua importância na sobrevivência humana.
A sua beleza é tamanha que ainda invade a literatura...
Beijinho
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