Minha amiga
Andréa foi morar uma temporada fora do país e
dela recebi uma carta linda, muito amorosa. Junto com a carta – que por si só
já me emocionou – itens
vintage para minha coleção. Quem ainda não sabe
que esta canceriana têm um pé no passado?!
A carta, escrita à mão, me aproximou ainda mais da alma da
Andréa e suas delicadezas. E foi pensando nestas delicadezas sobre a minha
amiga que um dia descobri que ela adora pinturas e desenhos sobre botânica.
Como não existem coincidências, apenas sincronicidades,
descortinou-se mais um elo da corrente invisível que nos une, ainda que nunca
sequer tenhamos nos visto pessoalmente: eu bordei, há mais de vinte anos,
motivos de uma revista que não existe mais, uma maçã e uma pêra, com seus
detalhes e nomes científicos.
A maçã, concluída, jazia no seu tecido amarelado pelo tempo,
numa caixa, junto da pêra inacabada, com a agulha enferrujada ainda presa ao
tecido, como se o tempo tivesse congelado.
Uma boa lavada depois, o tecido renasceu branco, as cores
vivas, implorando por uma moldura. Optei por um motivo clássico das pinturas
sobre botânica: ouro velho + passpatour verde. Espero que esta feliz
combinação ajude a disfarçar o fato de que, à época, eu de fato não sabia nada
sobre a técnica do ponto cruz...
Este presente seguiu para a Andréa, como presente de
aniversário e para comemorar seu regresso ao Brasil.
A pêra continuou comigo, ainda não sei o que fazer.
Concluí-lo está quase inviável, já que há marcas de ferrugem no tecido que,
penso, não sairão com uma lavagem... O conjunto dos motivos incluía, ainda, uma
ameixa linda, linda... Quem sabe não crio coragem e bordo tudo de novo, desta
feita do modo correto??
Que lhes parece?