quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Um presente para um “suburbano coração”


 A minha amiga Rita Vânia, do blog A partir dos 50, é uma apaixonada. Suas paixões são variadas, porém, uma das maiores e mais antigas atende pelo nome de Chico Buarque de Holanda. A paixão é tão grande e conhecida que, invariavelmente, Rita recebe presentes com alusão ao compositor.


Vejam o composé de rosa e marrom nos hexies maiores.

A parte da frente, já costurada. 


Ainda que usar a obra de Chico fosse o cúmulo da obviedade, não resisti. Optei por fazer uma almofada (46 x 46cm) usando o composé em rosa e marrom, para ficar bem chic e feminino, sem ser infantil.


A fonte a ser usada para bordar palavras deve ser bem clean.

Ponto atrás.

Testei a idéia de utilizar como detalhe os hexágonos maiores, com 4,5 cm de lado, o que funcionou muito bem. Bordei, em ponto atrás, um versinho da música “Suburbano Coração” do Chico, a preferida dela: “A casa está bonita / A dona está demais”. Na parte de trás, toda marrom com poás rosa, o fecho é com discretos colchetes, que ficam escondidos sobre a dobra do tecido.


Detalhe das duas partes de trás.

Alguém aí usa colchetes além de mim??


Fiquei pensando que, se eu tivesse começado a minha colcha com os hexágonos maiores eu provavelmente já estaria perto de termina-la...

Fazer o quê? Por outro lado, os hexágonos pequeninos são tão delicados... Enfim, como não adianta chorar sobre o leite derramado, vou continuar a colcha com os pequenos, mas recomendo a ideia dos hexágonos maiores, caso você queira um efeito bonito e um trabalho mais rápido.


Vista da parte de trás...


Vista frontal.


Quando a Rita recebeu o presente, me disse que ficou arrepiada, de tanta emoção! Lol Eu já havia despertado algumas emoções, mas deixar alguém “arrepiado” com um presente foi a primeira vez!!! Viram o que os crafts podem fazer? Que a cama, o quarto e a casa da Rita fiquem bonitos com a almofada, por que a dona está demais!

Gostaram da idéia? 



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Linhas Escritas # Biografias


 

Ontem uma amiga tava comentando sobre a minha “habilidade” manual e eu me espantei com a resposta que dei: “Eu não sou habilidosa, eu sou curiosa!”. Acho que é isso mesmo, sou movida pela curiosidade de tentar (e às vezes conseguir) fazer algo novo, diferente ou, ainda, algo que todo mundo já fez, mas eu não.


"E tem muito mais de onde esses vieram..." lol


Esse “componente” da minha personalidade já se manifestara na literatura, com o meu gosto por biografias. Gente, eu as adoro! Tenho várias, de diferentes personagens históricos. Me encanta saber os contextos em que viveram, detalhes de suas vidas privadas, como se dava seu processo criativo, a humanidade por trás do ícone...


Essas capas não são fantásticas?


Na lista para leitura, aguardam sua vez as biografias dos Beatles e da Clarice Lispector, uma das minhas escritoras preferidas. Na lista dos lidos, as biografias de Carmem Miranda e de Freud ocupam o topo da lista dos preferidos.


Topo da lista dos livros a ler...


Ler uma biografia desnuda o lado humano (demasiado humano) do biografado. Acho que tenho essa curiosidade de construção e desconstrução da persona pública de alguém. E respeito também pelo trabalho de pesquisa realizado pelos autores, o que não é fácil.



Foto-biografia da Frida Kahlo, que adoro. Grande aquisição.


E vocês? Gostam de ler biografias? Ou concordam com aqueles que dizem ser essa uma “literatura menor”?



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A paixão por tecidos





Eu não sei quanto a vocês, mas quando eu era criança e, mesmo adolescente, não comprávamos roupas tão facilmente... Comprávamos tecidos que virariam roupas, feitas por nossas mães ou pelas costureiras de confiança da família. Não havia as lojas de departamento e a “fast fashion”, da qual sou adepta hoje.

Normalmente, escolhíamos os tecidos e copiávamos modelos dos conhecidos, das revistas, das novelas ou, ainda, criávamos os modelos. A arte de escolher tecidos era complexa. Com propósitos distintos, haviam tecidos para o dia e para a noite, para os diferentes usos que as roupas teriam.




Escolher bem o tecido era metade da tarefa de ter uma roupa boa e durável. E quando a costureira não acertava na confecção da roupa, lamentava-se o tecido desperdiçado... lol




Hoje, entro numa grande loja e saio com sacolas de roupas prontas, do tamanho exato, com as cores e modelos da última semana da moda, feitas por costureiras da China, de São Paulo ou da periferia de Fortaleza. Não vou entrar no mérito da comodidade, fato inquestionável, mas sentia uma pontada de nostalgia quando passava pelas poucas lojas de tecido remanescentes.

Semanas atrás, resolvi ir ao centro da cidade para comprar tecidos para os meus trabalhos, por indicação da minha irmã que fora e ficara encantada com a variedade. Sábado cedinho, cheguei à rua ainda tranqüila. Como é que pode? Havia uma rua inteira de lojas de tecidos que eu nunca vira!!!




Andei bastante de loja em loja, escolhi diversos tecidos, em composés. Gastei mais que o previsto, fiquei mais satisfeita que o previsto. Perdida entre a enorme variedade de cores e estampas, fui transportada novamente à infância, sentindo o cheiro característico do tecido novo, tocando as diferentes texturas.

Meus olhos deviam estar brilhando como os olhos dos meninos brilham nas lojas de brinquedos! Ainda tive a sorte de ser atendida por um senhor muito amável, que já devia ser maduro quando eu era criança... lol




Como comentou lindamente a Andréa nesse texto incrível, os fiapos dos tecidos da minha infância estão emaranhados aos fiapos da minha memória e eu concluí que o meu amor pelos tecidos vem de longe. Vem talvez das noites em que minha mãe costurava até tarde da noite, das minhas próprias experiências na máquina de costura, do barulho característico da tesoura cortando o tecido.




Estas foram, para mim, experiências fundantes. Quando, hoje, ao trabalhar em casa, vejo a sala cheia de fiapos e retalhos, sou criança de novo. Pela quantidade de tecidos que comprei, vocês já podem imaginar o tamanho da minha empolgação, não é mesmo? 


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Rainbow Cupcakes



No meu aniversário, decidi fazer o Rainbow Cake para surpreender as crianças. No dia da festa, notei que o meu sobrinho, o Bernardo, que adora as cores, ficou muito impressionado com o bolo e pediu um igual à minha irmã, no seu aniversário.

 

Como ia demorar muito e não gosto de ver ninguém passando vontade, resolvi fazer cupcakes com a mesma técnica, para presenteá-lo. =)



 

Usei somente quatro cores que, assadas todas de uma vez na mesma forminha, não chegam a se misturar, mas são “mexidas” pelo calor do cozimento. Assim, o interior de cada bolinho fica diferente um do outro. Em comum, só a explosão de cores!



 

Como cobertura, coloquei por cima de cada cupcake um pouco de glacê branco e confeitinhos coloridos. Nem preciso dizer como os olhinhos dele brilhavam ao receber os cupcakes...



Agora, cada vez que vou fazer um bolo em casa, os meninos invariavelmente pedem o “arco-íris”! =D 



sábado, 17 de setembro de 2011

Ah, a utilidade das coisas...


Quando eu ainda estava com um cabelão...


Já fiz vários bookmarks, de diferentes modelos e cores. Eu os adoro e os coleciono. Os primeiros, ainda com acabamentos sofríveis, foram presenteados aos amigos mais chegados.

 

Eis que, almoçando com duas amigas queridas, a Rita e a Aninha, tive uma surpresa: a Aninha, que é a pessoa mais criativa que anda sobre essa Terra, havia encontrado uma nova utilidade para o bookmark que havia ganhado: fez dele um inusitado porta-leque!

 

O bolsinho que eu havia criado na parte de trás do bookmark comportou direitinho um leque, e passou a servir para este fim. Não foi uma idéia interessante? Eu gosto muito quando alguém realmente utiliza um presente feito por mim, ainda que de uma forma nova. Vocês lembram o meu “problema” com a utilidade das coisas, né?

 

Acredito que cada objeto tem uma energia própria e, se fica encostado, parado, essa energia fica retida, impedida de circular e energia retida nunca é bom... Rimos muito das “supostas” funções das coisas e de como elas podem ser subvertidas...


Um super domingo a todos!


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Capas para Cadernos: Da Ousadia de Ser Mestre


 

Nessas minhas andanças pela blogosfera, tive o prazer e a honra de conhecer a Andréa, do delicioso blog A Casca da Cigarra. A Andréa é mãe, como eu, e doutoranda! Mesmo assim, consegue fazer coisas lindas e levar adiante a missão craft de dotar o mundo de mais significado e calor humano.

Pois bem, foi no blog da Andréa que eu me apaixonei por capas para cadernos. É uma idéia tão boa que custa a gente acreditar que é tão simples. As capas podem ser personalizadas com bordados, miçangas, patch apliqué ou o que mais a sua imaginação mandar. As minhas, prefiro bem simples e, com a devida autorização da Andréa, fiz algumas capas utilizando a idéia de frases bordadas, como neste exemplo.



Alguns de vocês já sabem que, no último dia 27 de julho, defendi minha dissertação de mestrado em administração (sou psicóloga de formação, pasmem!). No mesmo período, a Karla, minha professora de inglês, defendeu sua dissertação de mestrado em economia e, por um breve momento, vivemos o drama da produção acadêmica. Agora, somos ambas mestras e, ao mesmo tempo, professora e aluna (de inglês, no caso). Não é uma coisa bonita?

Para comemorar a conquista da Karla e a incentivar a prosseguir estudando, resolvi fazer um presentinho com uma alusão ao desafio que é empreender uma aventura como um doutorado em economia (ou na área que for! lol).



Optei por um composé de tons quentes e nem tanto, mais a frase “all glory comes from daring to begin”, já que para fazer um mestrado/doutorado – ou para aprender outra língua - você deve ousar começar e não ter medo de errar.

O fecho foi feito em elástico laranja que segura um botão branco e o bordado em ponto atrás.  Ah, obviamente as capas podem ser lavadas e, depois de usar todo o caderno, basta comprar um novo e substituir o anterior.



Se você gostou, siga a dica que a Andréa me deu e aprenda a fazer as capas com estes vídeos. Caso não queira ousar, a Andréa recebe encomendas. Feitas por você ou compradas com a Andréa, as capas resultam num presente diferenciado.

Espero que tenham gostado. Tenho novas capas em produção, em breve posto mais novidades.


domingo, 11 de setembro de 2011

Linhas Escritas # Todos os Homens São Mortais



Eu me lembro do dia exato em que este livro da Simone de Beauvoir chegou às minhas mãos. Era adolescentezinha, vivendo numa cidade do interior, cheia de sonhos e fantasias românticas.

O mundo era pequeno e grande ao mesmo tempo: os limites das cidades próximas e o que havia além... Eu encontrava na leitura o passaporte para além, para fora e para dentro de mim. Eu só não estava preparada para este livro.



O romance narra a instigante jornada interna e externa do conde Fosca, personagem do século XIII, através do tempo e de regiões diversas. Punido pela imortalidade que recebe, apesar de muito tê-la desejado pela ambição ao poder, o conde Fosca havia imaginado o futuro onde veria seus esforços do presente serem realizados, mas aprende que tudo faz parte de um círculo e tudo se repete incessamente. (Fonte: http://pt.shvoong.com/books/novel-novella/1652644-todos-os-homens-s%C3%A3o-mortais/#ixzz1XAmG5IQv).

Quando me lembro de sua leitura, a palavra que me vem à cabeça é... espanto! Viver pra sempre não era uma dádiva??? Como assim??? Foi meu primeiro contato com o sentido que a finitude confere às nossas vidas, foram muitas e muitas horas refletindo sobre o sentido de ser imortal e viver perda após perda... Um gostinho amargo na boca...



Como podem imaginar, o existencialismo presente no romance colocou por terra as minhas visões mais românticas de mundo... lol Porém, muitos anos depois, quando comecei o processo de aquisição dos livros que foram fundamentais para mim, este foi um dos primeiros.

Anote aí minha avaliação: super-hiper-mega-high-power-blaster-recomendadíssimo!



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Easy ABC Quilt




Olá pessoas!

Depois de ter a minha vida facilitada com a aquisição da base de corte, do cortador circular e da régua para patchwork, consegui avançar bastante na confecção dos quadrados com os bordados do Easy ABC da designer Margaret Sherry.




Depois de fazer a maioria, resolvi dispô-los no chão para ver como o quilt ficaria. Algumas decepções (e aprendizados):

  1. Achei a composição meio “apagadinha”, digo, sem o colorido que imaginei a princípio... Talvez seja necessário costurar um ou mais tecidos diferentes e mais coloridos entre os quadrados.
  2. Apesar de ter calculado o quilt para quadrados de 30cm de lado, depois que os reuni no chão achei que ficou muito menor do que imaginei, mesmo tendo feito um projetinho. Está mais para uma pequena manta... Além disso, tenho só mais 4 quadros bordados, à espera da composição com os tecidos.




Diante disto, resolvi ter um pouco mais de paciência e tentar bordar as letras que estão faltando para completar todo o ABC. Isso permitirá que eu possa fazer duas mantas e não dois quilts, mas, pelo menos, cada filho ganhará uma só sua.


Exemplo das letras que faltam.


O que vocês acham? O que devo fazer?




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

É possível perder o passado?


 

Há alguns dias, vivi um drama que, para a minha personalidade canceriana, adquiriu proporções épicas.

 

Eu havia trazido, da casa dos meus pais, no interior, os únicos dois álbuns contendo fotos antigas de família, inclusive as poucas fotos da nossa infância. O objetivo era, além de digitalizar este acervo, tentar registrar mais ou menos a época e os personagens de cada foto, quem sabe fazer um scrapbook.


Minha foto preferida: bebê, no colo do meu pai.

Quando escrevi o post “Um vestido especial”, precisei da foto da minha formatura no colégio para ilustrar o vestido descrito. Porém, não encontrei os álbuns.

 

Coloquei a casa abaixo e, durante uma semana, procurei desesperadamente, em todos os cômodos, os álbuns perdidos. Liguei para todo mundo, procurei de novo, chorei, me descabelei... Uma sensação de pesar foi se abatendo sobre mim: eu havia perdido não só o meu passado, como o de toda a família!


Gente, eu sempre gostei da cor laranja!

Ok, dêem um desconto para a minha natureza dramática... Mas fotos, numa cidade do interior, nos idos dos 70 e 80, não eram a coisa comum que é hoje. Até os meninos, percebendo a minha angústia, me ajudaram a procurar os benditos álbuns.

 

O Rafa, menorzinho, repetia: “Mas, mãe, a gente tem um milhão de fotos!”. Realmente, os meninos têm, para cada ano de vida, muito mais que o triplo do total de fotos que eu havia perdido! 


Eu não avisei sobre o laranja?? LOL

 

Por fim, resolvi fazer uma última tentativa, olhando, pela quarta vez, um pequeno depósito no qual guardamos os documentos importantes e coisas de pouco uso. Estava, realmente, sem esperanças. O Hilismar continuava me incentivando. Para ele, era impossível que eu tivesse me desfeito de algo tão importante para mim.

 

Ao abrir um envelope, no qual estavam as fotos antigas da família dele, as minhas fotos estavam lá!


Parecem tão poucas fotos...

Não sei explicar como a minha memória me pregou uma peça tão grande. Eu simplesmente deletei a lembrança de ter retirado as fotos dos álbuns, já muito velhos e empoeirados, de tê-los jogado fora e, pior, de ter guardado as fotos no mesmo envelope das fotos da família do Hilismar...

 

Ao encontrar as fotos, fiz a única coisa possível a um canceriano que reencontra algo dado como perdido: sentei e chorei. Dessa vez, de alívio.




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